O longa-metragem “A Vida Bruta dos Animais do Céu”, escrito por Guilherme Zanella e de produção da Abrolhos Filmes, foi selecionado e participou, entre os dias 20 de outubro e 10 de novembro, do Cine Qua Non. A organização, sediada em Morelia, no México, e em Nova York, nos EUA, apoia o cinema independente com residência e laboratórios para o desenvolvimento de roteiros.
O programa do qual o filme fez parte, o Revision Lab, que ocorreu no formato online em 2020, reúne roteiristas de diversas nacionalidades. Com o acompanhamento de um consultor, em reuniões regulares, os participantes leem e discutem os projetos uns dos outros, e apresentam imagens, referências e moodboards. Há, ainda, dois encontros individuais, um inicial e outro final, com o consultor, que esmiuça os detalhes do roteiro e indica direções.
“Conheci histórias incríveis, dos quais realmente virei fã, e tive um processo de reconexão e imersão muito grande em meu próprio roteiro. Aumentamos o volume dramático, trazendo elementos do primeiro tratamento e trabalhamos temas que poderiam ser mais explorados e potencializados”, relata Zanella.
A participação no Cine Qua Non faz sentido para a estratégia de produção do “A Vida Bruta…”, que mira parcerias internacionais e, mais especificamente, italianas. “Desde o início, a intenção sempre foi levar o projeto para fora e testar sua universalidade. Primeiro, porque a narrativa tem uma conexão muito grande com as raízes europeias do sul do país e, segundo, porque está muito difícil de captar recursos no Brasil”, explica o roteirista.
Para ele, o contato com a consultora no Revision Lab foi decisivo para abrir uma porta internacional para o projeto, já que “ela apresentou uma visão muito rica do mercado de fora, deu diversas dicas de onde apresentar e, inclusive, quais as palavras-chave teriam mais apelo com produtores estrangeiros”.
Com experiência não só no Cine Qua Non, mas em outros laboratórios, como o brasileiro Novas Histórias - especificamente para o qual escreveu o “A Vida Bruta…” -, Zanella avalia tais programas como essenciais para a fase de desenvolvimento. “Eles não só têm o crivo do mercado, mas promovem um processo de imersão que nenhum festival ou concurso pode proporcionar”, afirma.
Com a última reunião marcada para fevereiro, o próximo passo é escrever um novo tratamento contemplando o aprendizado do Revision Lab e o acompanhamento criativo da diretora Beatriz Seigner (Los Silencios). O roteirista destaca também o suporte da produtora-executiva Laura Barzotto e a Abrolhos Filmes em todo o processo: “Há cuidado, acompanhamento e tentam ativamente encontrar caminhos para a produção, como festivais e mercados. Graças a Abrolhos, pude trabalhar com a Beatriz, cujo trabalho admiro muito. O projeto foi realmente elevado a outro nível”, declara.
Autor: Abrolhos Filmes
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